Belarmino Adami (1957 - 2016)

Ele nasceu Belarmino Sachetto Adami em 29 de Maio de 1957, em Altinópolis. Oriundo de imigrantes italianos, os avós, sua vida sempre foi ligada ao campo, à lavoura de café e às coisas da roça, na integridade do termo. Ótimo cozinheiro e dotado da sabedoria atávica dos que lidam com a terra, sempre viveu dela, direta ou indiretamente, sendo proprietário de viveiro de mudas de café desde moço, uma lida que aprendeu com o pai.
O sitio em Santo Antonio da Alegria, vizinha de Altinópolis, era a sua estrada batida, dia após dia, onde ele sabia onde encontrar as melhores guloseimas da roça, iguarias que fazia questão de trazer nos encontros em que participava com o violão e a boa música sertaneja num repertório vasto e delicioso, ao lado do parceiro Luís Maranhão (viola caipira), o seu Luiz, excelente prosa com piadas tiradas na hora.
Antonio Flavio Castro Alves, meu irmão mais velho, era um grande e inseparável amigo do “Bela” e do seu Luís, ocasionalmente nos brindando com a notícia da vinda da dupla para alegrar os encontros de família na casa da Dona Cidinha, a nossa mãe.
E foram tantos, muitos de até perder a conta. Churrasco, boa mesa e música de violão e viola, a especialidade do Bela e do "Seu Luís". Hoje, dia 30 de Maio de 2016, um dia após o Bela completar 59 anos, recebo a notícia do seu falecimento num trágico acidente de carro, assim, de chofre, quando ele voltava pra casa, de Santo Antonio para Altinópolis. Relatos mais frescos foi que ele atravessou a pista e quase bateria num outro carro. Talvez sentiu-se mal e perdera o controle. Conjecturas...


A notícia nos deixou inertes e logo fui no computador buscar o Bela em meus arquivos.
Saudades do Belarmino Adami, um grande homem, pessoa boníssima e que trazia a humildade na algibeira, com aquele sorriso delicioso quando cumprimentava qualquer pessoa, num abraço que só ele sabia o ponto certo do aperto.
Que Deus o tenha em bom Lugar, Belarmino, pois no momento elevo os meus olhos ao horizonte e oro por sua alma, com a Graça de Deus.

José Marcio Castro Alves, Ribeirão Preto, 30 de Maio de 2016.
Em Janeiro de 2014, num encontro da nossa família (Altinópolis), o Bela e o seu Luis estavam lá, com a mesma candura que sempre nos brindaram. Saudades.